A lista de substâncias que prometem dar mais disposição para treinar, aumentar a resistência muscular e retardar a fadiga é extensa, os chamados suplementos pré-treinos, atraem cada vez mais os praticantes de atividade física. 

  A grande maioria dessas pessoas recorrem aos pré-treinos por conta própria, na esperança de melhorar o desempenho. E diante de tantas opções, será que os consumidores estão atentos aos riscos envolvidos e à composição dos produtos para saber se realmente trazem benefícios para suas atividades?

   Estes produtos combinam diferentes substâncias, como cafeína, beta-alanina, arginina, taurina e creatina, com variações conforme a marca. Os pré-treinos na maioria das vezes tem combinação de múltiplos elementos, e de uma forma geral contam com quantidades muito pequenas das substâncias ativas, sendo que algumas delas têm ação benéfica comprovada e outras, nem tanto na performance esportiva.

   Dentre as substâncias com evidências científicas comprovadas de benefícios para a prática de atividade física está a cafeína, com dosagem sugerida de 3 a 6 mg/kg/dia. Usada antes do treino, ela melhora o foco, a concentração, a disposição e fornece energia extra.

   Ela está presente na maioria dos pré-treinos e é um dos itens de maior preocupação. Alguns produtos prontos ultrapassam o limite recomendado de 200 mg, chegando a conter até 1 g de cafeína, representando um grande risco aos consumidores. Pelo fato dela ser um estimulante do sistema nervoso central, o seu consumo excessivo pode levar a efeitos colaterais a vários sistemas como ansiedade, nervosismo, dores de cabeça, desconforto gastrintestinal, taquicardia e arritmias.

   Devido a ampla variação nas dosagens, as combinações pouco padronizadas, a falta de transparência nos rótulos, a cafeína usada inadvertidamente em combinação com hormônios ou antidepressivos, pode por um mecanismo da sua ação de aumento do tônus simpático, aliado a alteração na condução elétrica do coração levar à ocorrência de arritmias malignas, como as ventriculares.

    Por isso a abordagem das pessoas que consomem suplementos pré-treino deve ser individualizada. Um simples eletrocardiograma já pode revelar alterações basais do ritmo do coração ou indicar maior risco cardiovascular. A presença de sinais de sobrecarga, disfunção ou insuficiência do coração, ajudam a identificar pacientes com maior risco.  

    Outro ponto de atenção é sempre investigar a real causa por trás da baixa disposição. O ideal é avaliar a causa dessa baixa de energia, ao invés de achar que o pré-treino é a solução!