Perda ou ganho de peso muito rápido? E se tratando de emagrecimento, será realmente que é perda de tecido adiposo?

Com o início da primavera inicia-se um movimento onde as academias ficam cheias e há uma procura maior pelos consultórios de nutrição, já que marca a contagem regressiva para o verão. Faltando cerca de três meses para a estação mais aguardada do ano, muitas pessoas buscam emagrecer para aproveitar as festas de final de ano e os dias ensolarados na praia. Muita gente testa todas as dietas da moda, faz jejum, se atira nos suplementos e exercícios físicos intensamente para um resultado em pouco tempo.
No entanto, um conceito que pouco se fala é sobre “estoques de energia”, já que é improvável ganhos ou perdas de tecido adiposo muito grandes em períodos muito curtos de tempo.
O nosso organismo se utiliza de duas formas para armazenar energia, uma é sob a forma de gordura e a outra é na forma de glicogênio. O glicogênio é acumulado principalmente no músculo e no fígado a partir da glicose, sendo esse estoque em média em torno de 400 a 600 mg. E o glicogênio é uma molécula que tem uma afinidade muito grande pela água, ou seja, cada grama de glicogênio se liga a 4 gramas de água.
Então naquelas dietas muito baixas de carboidratos, o glicogênio é rapidamente utilizado e não é reabastecido, levando a uma variação no seu estoque, e a cada redução sua há uma maior perda de água, e na balança é possível essa perda de peso mesmo em um período muito curto, e não necessariamente essa perda será de tecido gorduroso. Assim, em situações em que a balança mostra variações rápidas de peso, na verdade, estas mudanças podem representar alteração nos estoques de água.
Sendo assim, é bom desconfiar de dietas que causam perda de peso muito rápido. O peso na balança não reflete a mudança na composição corporal, a perda muito rápida pode ser ÁGUA!
Portanto, é importante discutir esses conceitos. Se o paciente evoluir com perda ou ganho de peso em curto período de tempo, esta perda pode não representar de fato a eliminação de tecido adiposo e não deve se basear o tratamento apenas com a balança. E uma das formas para uma avaliação mais detalhada, seria a utilização da bioimpedância, uma vez que é um método que fornece uma visão global da composição corporal do indivíduo.