Você sabia que cerca de 90% dos pacientes acometidos pela Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) podem apresentar sintomas e permanecer sem diagnóstico por uma média de 7 anos? Ela é caracterizada por episódios de interrupção parcial ou total da respiração durante o sono em virtude do colapso completo, ou parcial das vias aéreas superiores.

      Estima-se que quase 1 bilhão de adultos entre 30 e 69 anos em todo o mundo tenha SAOS.

     O Brasil está entre os 5 países do mundo com maior estimativa de prevalência da SAOS : são 25 milhões de pacientes com SAOS classificados entre moderada a grave.

      A SAOS moderada a grave foi associada a 33% de mortalidade ao longo de um período de 14 anos, em comparação com 6,5% e 7,7% de mortalidade em pessoas com apneia do sono leve ou sem apneia do sono

     Os distúrbios do sono, especialmente quando não diagnosticados, podem tornar as comorbidades ainda mais difíceis de gerenciar e tratar. A falta de sono suficiente pode afetar negativamente o controle de peso, os níveis de energia, o humor e a saúde mental.

      E quais são as comorbidades associadas à SAOS? Certas comorbidades, incluindo obesidade e hipertensão, podem aumentar o risco de apneia do sono, mas a principal delas é a obesidade, pois em 90% das vezes ela está associada à SAOS.

      Por isso que em outubro de 2025 a ANVISA aprovou o uso do Mounjaro (tirzepatida) no tratamento da SAOS moderada a grave. Segundo a farmacêutica Eli Lilly, fabricante da medicação, os pacientes que fizeram uso do Mounjaro apresentaram, em média, 20% de perda de peso corporal e tiveram, ao menos, uma redução de 30 interrupções do sono por hora.

       Ainda de acordo com a Eli Lilly, até metade dos pacientes deixaram de apresentar os sintomas da doença após um ano de uso da medicação. 

       A aprovação do Mounjaro para a SAOS é um tratamento inovador, porque, até então, só havia como opção a cirurgia bariátrica e o uso CPAP, um aparelho que melhora o padrão respiratório. Agora, os pacientes terão mais uma opção de tratamento, com medicação,  para este distúrbio do sono que, como se viu, tem uma relação íntima com a obesidade.