Doença renal e Diabetes
O diabetes é a principal causa de doença renal crônica, mas a maioria dos diagnósticos são tardios. Saiba como prevenir e identificar a doença, que geralmente não dá sinais.
Os rins são dois órgãos localizados em ambos os lados da coluna vertebral, atrás das últimas costelas, medem aproximadamente 12 cm. Todo o sangue do corpo passam por eles e são responsáveis por filtrar as toxinas do sangue, a partir dai os resíduos que precisam ser eliminados do corpo saem através da urina.
Caso os rins fiquem doentes, eles deixarão de filtrar o sangue adequadamente. No caso do diabetes a glicose elevada, com o passar do tempo pode levar a danos nos pequenos vasos sanguíneos (“ filtros’’), impactando as suas funções, levando a perda da capacidade de filtração. É por essa razão que o diabetes mal controlado (glicemias persistentemente elevadas) leva a um risco elevado de desenvolver a doença renal crônica (DRC), principal doença que pode acometer os rins.
A DRC atinge 10% da população mundial e tem como principal causa o diabetes. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2023 indicam que 32% dos casos de DRC em diálise (modalidade de tratamento que substitui a função dos rins) no Brasil são pessoas com diabetes.
Há uma preocupação muito grande por conta desses números pelos profissionais de saúde, pois está se falando de uma doença possível de ser prevenida com o controle adequado do diabetes e muitas vezes também da hipertensão, do colesterol elevado que também podem vir associados, com a realização de exames de rotina para detectar o problema precocemente.
Um desses exames, que é extremamente simples de se fazer o diagnostico da DRC, é dosar uma substância chamada creatinina, coletada no sangue, e outro na urina fazendo a relação da albumina/creatinina urinária. A partir daí com os valores encontrados, podemos checar em qual estágio da doença o individuo se encontra. Existem cinco estágios da DRC, nos quatro primeiros, o tratamento normalmente é apenas o acompanhamento com exames anuais e medidas de prevenção. No quinto estágio, a doença não tem mais reversão, significa que os rins perderam a sua capacidade de filtração, necessitando de uma terapia de substituição (diálise) ou o transplante do rim.
Apesar de ser possível detectar a DRC nos seus estágios iniciais, enfrenta-se alguns desafios, como a pouca valorização da doença, e que muitas pessoas não dão tanta importância quanto deveriam. O mau funcionamento dos rins demora a aparecer, por que eles são órgãos que possuem uma reserva funcional muito grande. No entanto quando um sintoma aparece, significa que algo está errado há bastante tempo. Os sinais e sintomas da DRC são inchaço nas pernas , retenção de liquido, enjoo, náusea, vômitos, perda do apetite e de peso. Numa fase mais avançada da DRC, pode haver a necessidade de terapia dialítica substitutiva, ficando a pessoa presa a uma máquina de diálise, fazendo sessões 3 x por semana.
O tratamento nos estágios iniciais é essencial, sendo possível reduzir a velocidade com que a função dos rins diminuem. Por isso é de extrema importância fazer os exames de rotina regularmente, na maioria dos casos a indicação é no mínimo uma vez por ano.